04/07/2013

DILMA: 'EU NÃO SOU DAQUELES QUE ACHAM O POVO INCAPAZ'



Presidente destaca, durante evento em Salvador, a importância da participação popular no processo de reforma política; "Eu acredito muito na inteligência, na sagacidade do povo brasileiro. Eu não sou daqueles que acham que o povo é incapaz de entender porque as perguntas são complicadas", afirmou, sobre a proposta de plebiscito; ela foi recebida com gritos de apoio e aplausos na cerimônia que anunciou medidas contra a seca no semiárido nordestino; sobre os protestos do País, disse que "essas vozes devem nos orgulhar"

A presidente Dilma Rousseff foi recebida aos gritos de apoio e aplausos nesta quinta-feira 4 em Salvador, no primeiro evento público que a presidente participa depois do início das manifestações que ocorrem em centenas de cidades brasileiras. Dilma anunciou, na capital da Bahia, o lançamento do Plano Safra Semiárido, que terá uma série de medidas para o fortalecimento da produção agrícola e pecuária na região.
Em relação aos protestos, a presidente afirmou que "essas vozes devem nos orgulhar". Ela também afirmou que, diferentes de outros países, as manifestações do Brasil clamam por "mais direitos", e não por democracia. "Nós somos capazes de ouvir as vozes das ruas. Aqui nós temos democracia", afirmou. "E eu quero dizer que essa presidente aqui ouviu claramente a voz das ruas. Tanto porque essa voz é legítima como porque estamos numa democracia", acrescentou.
Agenda positiva
A presença da presidente diante do povo é uma tentativa de retomada da agenda positiva do governo federal diante das manifestações populares. Desde a última vez em que se expôs, na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, a presidente realizou encontros com integrantes da sociedade civil e propôs um plebiscito para a reforma política.
Para quem apostou que a presidente se esconderia após os atos públicos que varreram ruas de centenas de cidades brasileiras, o movimento foi justamente o contrário: em seus discursos, Dilma sempre defendeu as manifestações pacíficas e garantiu estar ouvindo as "vozes das ruas", sem "transigir com violência", em referência aos diversos atos de vandalismo registrados.
Propostas e encontros com a sociedade
A fim de atender as principais reivindicações das ruas, como investimentos em saúde, educação, transporte e menos corrupção, Dilma Rousseff se encontrou com representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que deu início aos protestos, de movimentos urbanos, do Movimento LGBT e estudantes, além de centrais sindicais. O próximo encontro será na sexta-feira 5, com movimentos sociais do campo.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira que também estão previstos encontros com grupos de representantes de evangélicos, de cultura digital e blogs, de movimentos sociais que defendem a reforma política, movimento de mulheres e de luta contra a desigualdade social. "A presidenta irá receber sistematicamente representantes da sociedade civil principalmente para discutir a situação do país", disse.
Entre as principais propostas feitas pelo Planalto estão cinco pactos destinados às áreas que mais foram alvo de reivindicações dos manifestantes, além de um plebiscito sobre pontos a serem discutidos em uma reforma política. O intuito é consultar a população em relação principalmente a financiamentos de campanhas e sistema de votos.
com 247

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