O Instituto Milenium é um organização político-empresarial bancada por líderes de grandes coorporações (Gerdau, Globo, Abril, Banco Pactual, Banco BBM, Banco CSFB, Grupo Ultra, Petropar, Odebrecht, JP Morgan, entre outras), com um fundo gerido por Armínio Fraga (ex-ministro do governo FHC), que diz ter como objetivo “difundir conceitos como liberdade individual, propriedade privada, meritocracia, estado de direito, economia de mercado, democracia representativa, responsabilidade individual, eficiência e transparência.” Mas não é bem assim.
Além do tal fundo, que serviria para “promover” estes conceitos, o Instituto costuma organizar palestras e seminários engajados onde convidam personalidades como Roberto Romano (Filósofo tucano), Arnaldo Jabor (que se diz amigo de Serra e FHC), Demétrio Magnolli (sociólogo que costuma atacar o sistema de cotas raciais), Eurípedes Alcântara (diretor de redação da Veja), Otávio Frias Filho (Folha de São Paulo), Roberto Civita (Editora abril) e Washington Olivetto (W/Brasil).
“Nestes seminários, a ultradireita fez a festa. Vendo no público os donos de grupos midiáticos, deitam e rolam. Conclamam à guerra, sem direito de resposta para os inimigos (adversários é termo brando). É um tal de blogueiro e colunista soltando palavra de ordem para dono de empresa como nunca se viu. Só falta saírem em passeata com grandes bandeiras medievais, daquelas que a TFP gostava de desfraldar”, diz Luís Nassif.
A composição de conselheiros do Millenium engloba ex-simpatizantes e participantes do governo FHC, grandes grupos de comunicação — que perderam verba de publicidade no governo Lula — e bancos que atuam no mercado de capitais e que tiveram estreita relação com o governo Tucano. Não, não há representantes da sociedade civil.
A maioria dos articulistas e debatedores são oriundos das organizações Globo e Abril. Entre eles, o obscuro blogueiro de Veja, Reinaldo Azevedo (que costuma chamar simpatizantes de Lula de “Petralhas”), o humorista Marcelo Madureira (que chegou a chamar Lula de “vagabundo”), o diretor de jornalismo da rede Globo, Ali Kamel (responsável pela farsa da bolinha de papel), Arnaldo Jabor (aquele que chama eleitores de Lula de “otários”), Merval Pereira ( jornalista de “O Globo”, capaz de atribuir a popularidade de Lula à ignorância do povo brasileiro). Além deles, há um tal Carlos Alberto Di Franco (dirigente da organização Opus Dei) e o jornalista de Época e escritor Guilherme Fiúza (este costuma chamar Dilma de marionete).
Enfim, em torno do instituto circula a fina flor da nossa intelectualidade. Todos anti-PT, of course!
Encontrar representantes da Folha de São Paulo, Organizações Globo, Grupo Abril e O Estado de São Paulo no mesmo lugar talvez não seja mera coincidência. Existe uma expressão surgida na internet e popularizada por Paulo Henrique Amorim: PIG (Partido da Imprensa Golpista), que congrega os quatro maiores grupos de mídia e cuja a atribuição seria fazer limpeza ideológica nas redações e desestabilizar o governo Lula. Pode não ser verdade, mas a realidade é que a grande imprensa resolveu tomar o lugar de oposição ao governo do PT.
O que se diz por aí é que o Milenium seria o novo IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), uma das organizações que conspirou contra Jango em 1964.
Entre os apoiadores do Instituto Millenium, figuram o Clube Militar e outras organizações conservadoras, como a organização chamada “Endireita Brasil”, cujo nome já diz tudo… Além do conservadorismo religioso e do reacionarismo militar, estas organizações são avessas aos direitos dos homossexuais e contra o direito ao aborto, entre outras bandeiras da extrema-direita mundial.
Em suma, o Instituto é um lugar onde os barões da velha mídia e da direita podem se encontram para fumar seus charutos, beber uísque 12 anos e conspirar. Não seria impossível que em uma dessas reuniões etílicas tenha surgido a divertida idéia do golpe da “bolinha de papel”, cuja a intenção seria transformar José Serra em um mártir da oposição. Falhou.
Apesar de ter o mesmo nome de uma famosa casa de prostituição de luxo em São Paulo, o Café Millenium, não se tem provas de que a idéia e o nome do Instituto teriam surgido durante alguma festa regada a sexo e viagra no prostíbulo. Mas há evidências de que alguns jornalistas revivem agora no Instituto a profissão que consagrou aquele bordel.
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