Representação enviada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) pelo procurador-regional da República Manoel Pastana (da 4ª Região - Sul) pode revisitar a atuação do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, na Operação Vegas, da Polícia Federal (PF). Pastana alega haver “indícios fortíssimos” de que Gurgel prevaricou ao engavetar as investigações da Vegas em 2009.
A representação se refere a atuação no caso, dentre outros, também da subprocuradora Cláudia Sampaio, esposa de Gurgel. As apurações da Vegas, ampliadas em outra operação da PF, a Monte Carlo, em 2011, descobriu o mapa do jogo ilegal em Goiás e a ligação do ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com Carlinhos Cachoeira, que levaram à cassação do parlamentar e à prisão do contraventor.
As relações do bicheiro com parlamentares foram inicialmente detectadas pela Operação Vegas, mas Gurgel não encaminhou o processo ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância de julgamento de pessoas com foro privilegiado. “Quando Gurgel foi pressionado pela CPI do Cachoeira prestou informações que têm indícios fortíssimos de serem falsas”, declara o procurador-regional da República Manoel Pastana à CartaCapital.
“Ele alegou que o inquérito ficou parado por razão de estratégia investigativa de uma operação controlada, que pode atrasar a ação policial. Pareceu gozar da inteligência alheia dizendo que graças a essa estratégia a Operação Monte Carlo foi um sucesso. Isso é um absurdo”, completa Pastana.
Sua representação chegou à Corregedoria do MP há 10 dias, mas ainda não se transformou em investigação porque o corregedor nacional que a recebeu, Jeferson Coelho, não analisou o processo e alega que não terá tempo de fazê-lo porque na próxima 2ª feira assume um posto de conselheiro no CNMP. O que fica evidente, então? A prevaricação da atual corregedoria com essa estória de que está de saída e vai ocupar outro cargo.
Um escárnio.
O SINTONIA FINA - @riltonsp
A Justiceira de Esquerda
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