30/07/2013

O Senado está pedindo pra levar porrada


Você pode detestar a ideia de reforma politica proposta pela presidente Dilma. Motivos e argumentos não faltam. Mas algo é indiscutível: se depender exclusivamente da iniciativa de nossos nobres parlamentares, não vamos avançar nem um milímetro. Ou alguém empurra essa cambada, ou não vão ceder em nenhuma de suas mamatas.


Basta ver como o Senado se comportou diante da ideia de acabar com a figura do senador suplente, aquele desconhecido que se elege sem um único voto e normalmente é parente ou amigo do titular. Uma excrescência que merece nosso mais efusivo desprezo (inútil, pelo visto).

Percebam que a proposta não era nada radical. Pelo contrário. Propunha apenas reduzir de dois para um o número de penduricalhos. Não passou. O que dizer da emenda apresentada por Eduardo Suplicy? Esta ia aonde todos queremos chegar: que os suplentes também fossem escolhidos de forma direta pela população, e não eleitos automaticamente junto com o titular. Foi rejeitada, obviamente.

É verdade que nenhum manifestante foi às ruas empunhando um cartaz pedindo o fim dos suplentes. São tantas as demandas por mudanças, que seriam necessários quilômetros de cartolina e faixas para dar conta de tudo que precisa mudar nesse País.

Esse argumento, usado por alguns cínicos, não vale, mesmos porque ficou bem evidente que o povo brasileiro quer o fim de todas as mordomias e privilégios indiretos, e nenhum senador ou deputado levou a plenário alguma proposta nesse sentido.

Estão se fazendo de mortos? Não perdem por esperar. Ou acham que são mais espertos que a sabedoria popular? Vão se dar mal. Se a presidente da República não tem poder para encaminhar mudanças, por mais tímidas e oportunistas que sejam, então nossos políticos estão implorando para que a próxima horda que se dirigir às portas do Congresso haja de forma ainda mais violenta. E deixe bem claro o que a voz das ruas está clamando. Avisados, eles já foram.

O SINTONIA FINA - @riltonsp
com O Provocador

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